domingo, 11 de abril de 2010

Lamento...

Já não posso mais tomar sua dor como minha dor.
Já agora não depende mais de mim, e é assim, lamentável de se ver.
Você parte agora, indo embora, depois de todas as coisas que pude lhe dizer. Mas fazer o que?
Você quis assim, você pôde escolher.
E se torna difícil agora, não posso mais dizer “não vá embora”, se é só o tempo que lhe pode trazer de volta,
mas e se não quero?
Estas feridas aqui, nem mais minhas vestes conseguem de lhes encobrir, já não sei como poderei então curá-las. Será que curam? Será que cicatrizam?
Elas ainda sangram.
Sangram por que recém foi que lhe vi partir, lhe vi assim, não crendo como, nem que tamanha coragem eu pude ver.
Não crendo eu nem como isso chegou a acontecer.
Mas fazer o que? Não se há mais nada a disser.
Minhas palavras foram embora, sumiram do contingente de meus lábios, minha pronuncia se fora junto com o alivio de ter você.
E foi assim, sem perceber.
Não há mais nada a se fazer, fiz o que podia, pedi em minhas preces, e mesmo assim você se fora.
Mas que então vá, só lamento, vá de então, e que seja feliz de todo o meu coração, busque seu amor, que já não será mais meu, e sim seu.
E será assim, lamentável.

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